17 de julho de 2009

Shred

Vivemos em um mundo de etiquetas e referencias, queiramos ou não elas são necessárias para podermos comunicar de forma concisa nossas preferências e gostos musicais. Gosto do termo "shred", não do nome em si, mas o que esta por trás dele.
“Shred" designa uma comunidade de guitarristas que enfatizam a interpretação de passagens de grande complexidade técnica e velocidade”. Surgiram na década de oitenta, após o aparecimento do álbum “Surfing with the Alien” de Joe Satriani e “Passion and Warfare”. de Steve Vai. Uma amostra de Shred seriam os concertos do “G3”, criado em 1996 por Satriani. Estes concertos foram incentivados pelo seu amigo Steve Vai que queria dessa maneira ajuda-lo a sair do estado depressivo que passava na época. Neles se reúnem anualmente um trio de grandes guitarristas, sempre junto a seu mentor Satriani.Algumas das feras que participaram do “G3”: John Petrucci,Yngwie Malmsteen, Robert Fripp , Eric Johnson, Paul Gilbert,Gary Hoey,George Lynch e Billy Gibbons. Eu considero outro marco importante para a divulgação deste tipo de musica o festival “Guitar Legends” realizado em Sevilha por ocasião da Expo92. Realizado no dia 15 de outubro de 1991 contou com a presença de 27 grandes lendas da guitarra. Coloco a lista completa para mostrar a importância do evento.
Participaram os guitarristas :
Albert Collins,B.B King,Bo Diddley,Brian May,Dave Edmunds,George Benson,Jack Bruce,Joe Walsh,Joe Satriani,John McLaughlin,Keith Richards,Larry Coryell,Les Paul,Nuno Bettencourt,Paco De Lucia,Phil Manzanera,Richard Thompson,Robbie Robertson,Robert Cray,Roger Waters,Roger McGuinn,Stanley Clarke,Steve Cropper,Steve Vai,Vicente Amigo.
Lembro-me como dominaram a cena, entre tantas celebridades, Steve Vai, Satriani e Nuno Bettencourt (Extreme), com seus solos frenéticos e virtuosos.
Na verdade o “shred” não é um estilo musical, mas uma maneira de tocar a guitarra, onde o virtuosismo, complexidade melódica e velocidade é o mais importante. O estilo não importa, pode ser Heavy Metal, Rock, Jazz Fussión, tanto faz. O importante é mostrar até onde se pode chegar com este instrumento. Os “Shredding” são criticados muitas vezes pelo exagero de virtuosismo e obsessão pela complexidade musical, acabam restando sentimento a interpretação. Eu pessoalmente discordo, acredito que essa vertigem é uma maneira diferente de sentir a musica. Mas entendo essa colocação. Já senti algo parecido com respeito a alguns temas de John McLaughlin. “Muito barulho e poucas nozes”.
Para quem quiser ouvir, alguns dos mais relevantes “Shredding”: Os já citados Satriani e Steve Vai, Eddie Van Halen, um grande precursor, Yngwie Malmsteen e sua mescla de musica erudita, Frank Gambale, John Petrucci, Paul Gilbert, Richie Kotzen, Tony MacAlpine, Allan Holdsworth, Randy Rhoads, Jason Becker, Vinnie Vincent, Michael Angelo Batio, Buckethead, Jani Liimatainen, Luca Turilli, Ron Jarzombek, George Bellas, Rana Hassan, Theodore Ziras, e claro nosso Kiko Loureiro, entre muitos outros.

Joe Satriani-Surfing With The Alien
Steve Vai - "Blue Powder"
Michael Angelo Batio

Eric Johnson - Cliffs of Dover
Eddie Van Halen - Eruption
kiko Loureiro - Dilemma

Greg Howe - Jammin' on Sunny

15 de julho de 2009

Joe Bonamassa


È algo a que estamos acostumados, alguém nos diz : “Já não se faz musica como antes, agora é tudo a mesma coisa”. Confesso que eu era um desses, quem cresceu ouvindo os grandes músicos e bandas dos anos 60 e 70 têm uma tendência a ignorar tudo que foi feito posteriormente. O que podia ser feito já o foi. Mas no intimo procuramos algo novo que nos agite e comova como quando ouvimos o primeiro disco de Pink Floyd ou Jimi Hendrix. È como a busca do primeiro amor, aquele sentimento perdido, a loucura dos sentidos da adolescência. A vida passa, novas paixões vem e vão, mas sem deixar a marca indelével da primeira. Algo parecido nos sucede com a musica, cadê aquele frêmito? Aquele despertar de novos sentidos?

Um belo dia ouvi uma banda desconhecida chamada Bloodline, nunca me fechei a ouvir coisas novas, a busca continuava. Esta tinha uns integrantes com uma arvore genealógica de dar inveja. Berry Oakley, filho do baixista de Allman Brothers, Waylon Krieger, filho de Robby Krieger guitarrista de The Doors, e o baterista Erin Davis, filho de Miles Davis, e o grande guitarrista Warren Haynes em alguma participação especial. Ah, e um tal de Joe Bonamassa, esse um mero plebeu. A banda não duraria muito, com membros tão ilustres cada um seguiria seu caminho, cedo ou tarde.

Nossa, quando os ouvi foi amor a primeira vista. Fiquei especialmente fascinado com Bonamassa, e passei a acompanhar seus sucessivos trabalhos. Ele partiu para uma carreira solo após deixar os Bloodline. No ano de 2000 lançaria “ A New Day Yesterday”, com acompanhantes de peso como Gregg Allman, Rick Derringer e Leslie West.
Um som ao estilo clássico dos bons tempos do blues-rock. A primeira musica "Cradle Rock” me deixou extasiado, o próprio Rory Gallagher não faria melhor ( me perdoe, esteja lá onde estiver). Depois de ouvir o tema "A New Day Yesterday” de Ian Anderson (Jethro Tull) conclui que estava enganado, depois de tudo ainda a vida no planeta terra.Joe Bonamassa nasceu em Utica, Nova Iorque. Começou tocando guitarra aos 4 anos e aos 8 já tocava blues com a destreza de um veterano. Seus grandes ídolos eram BB King, Muddy Waters, Rory Gallagher, Eric Clapton, Stevie Ray Vaughn, Duke Robillard, Danny Gatton, Robben Ford.Nada mal para um garotinho.
Aos 12 anos abriu um show onde se apresentava o próprio B. B. King, que o elogiou após o show.. Isso me faz lembrar do pequeno Quinn Sullivan tocando com BB King e Buddy Guy.Este garoto também promete, é para ficar de olho.

Já adulto partiria para a California onde formaria a banda já mencionada Bloodline. Com a desintegração desta partiria para a carreira solo e gravaria “ A New Day Yesterday”. Em 2003 gravaria o fantástico Blues Deluxe.
Menos em 2005 nos seguintes anos lançaria um álbum por ano. Bonamassa é uma descoberta surpreendente, e se fosse inglês alguém já teria pichado em algum muro de Londres: “Bonamassa is God"
Joe Bonamassa - Stop!

Joe Bonamassa - Blues Deluxe

Joe Bonamassa - A New Day Yesterday

Joe Bonamassa - Asking Around For You

Joe Bonamassa - Woke Up Dreaming

Joe Bonamassa - A New Day Yesterday, Cradle Rock