17 de outubro de 2008

Tangerine Dream


O sucesso de Pink Floyd criou uma legião de fãs ávidos por musica instrumental eletrônica. Alguns com mais êxito que outros, esse seria o caso de Tangerine dream.

Seria um exagero dizer que eles tenham algo a ver com Pink Floyd, apenas estou dizendo que o sucesso desta banda despertou o gosto por esse tipo de musica, situação que querendo ou não beneficiou outras bandas do gênero.

Tangerine Dream é uma banda alemã fundada em 1967 por Edgar Froese. Sua formação foi bastante inconstante e passou por diversas mudanças.

Foram pioneiros no uso de seqüenciadores, e do chamado Space Rock e Ambient.
Seu trabalho não muito conhecido, fora do mundinho apreciador desse estilo, alcançou maior notoriedade a partir de trilhas sonoras realizadas para alguns filmes:
"Sorcerer", do diretor William Friedkin, conhecido por trabalhos como "The French Conection" e "O exorcista", este ultimo com uma trilha musical que ficou famosa, Tubular Bells de Mike Oldfield, tema de um futuro post. E a comedia "Risky Business" de Paul Brickman.

Os álbuns mais interessantes foram realizados com a entrada de Christopher Franke, responsável pelo característico som de seqüenciadores, marca registrada de Tangerine Dream, sua saída em 1987 representou para muitos fãs o final de Tangerine Dream.

Seus "discos" mais importantes são "Phaedra" (1974), "Stratosfear" (1976), "Rubycon" (1975) "Ricochet" (1975) e "Encore" (1977)


Tangerine Dream - Ricochet live

Tangerine Dream - Dolphin Dance

Tangerine Dream - Hyperborea

Tangerine Dream - Love On A Real Train



16 de outubro de 2008

Cotton Club



Sempre que alguém ouve o nome do meu blog a pergunta é inevitável, Clube do Algodão ? Porque Clube do Algodão?
Isso sucede com tanta freqüência que decidi fazer um post com uma breve historia sobre o Cotton Club, nome que inspirou o meu blog. È um nome sugestivo e bonito, um monumento a musica.

A historia do jazz e do blues esta tão firmemente associadas aos clubes, cabaret, ou seja lá como queiram chamar-los, que é tarefa impossível dissociar-los.
Tocar em um desses templos da musica, era uma catapulta para o sucesso. O clube conferia prestigio ao musico, e este retribuía enchendo suas salas e aumentando seus lucros.
Clubes de musica havia muitos espalhados por todo o território americano, era a época das Big Band dos anos 20 aos 50. Grandes orquestras de jazz e musica de dança, que chegavam a ter até 25 integrantes. Musica “negra” feita por brancos.

Foi no ano de 1920 que Jack Johnson, (nada a ver com seu homônimo de hoje) campeão de pesos pesados criou o Club de Lux. Sem muito êxito na empreitada o venderia em 1923 ao gângster Owney Madden que mudaria seu nome para Cotton Club.

Owney foi afortunado na escolha do nome . Este faz uma clara referencia aos campos de algodão do sul americano, onde, diz a lenda, teria surgido o blues.
Apesar da acertada escolha do nome, pouco de bom pode se dizer de Owney, que controlava o Club a distancia com mão de ferro desde o presídio de Sing Sing. Cotton Club onde se encontrava recluso. Apesar de ser um lugar de musica “negra”, só permitia a entrada a brancos. O forte sentimento de racismo podia ser percebido até no cardápio, que reproduzo aqui. Nele os “negros" são retratados como selvagens pulando de uma arvore. Músicos negros eram obrigados a entrar pela porta dos fundos, por muito prestigio que tivessem.

Grandes nomes da época que lá tocaram:

Louis Armstrong, Count Basie, Bessie Smith, Cab Calloway, Duke Ellington, Nat King Cole, Ella Fitzgerald e muitos outros.

E também Billie Holiday, a quem faço um aparte.
Billie foi e é uma das vozes mais importantes do Jazz e do Blues. Influenciando cantoras de varias gerações, desde Janis Joplin a Nina Simone, e muitas, muitas outras.

Sua comovente musica Strange Fruit se tornaria peça obrigatória de seus shows. Nela Billie canta em protesto ao racismo e um produto deste, frequente naquela época, os linchamentos . Ninguém consegue ficar impassível ao ouvir essa musica, que fala dos corpos pendurados nas arvores de uma maneira metafórica e contundente.

Em 1987, U2 lançaria a musica , Angel of Harlem, do seu álbum Rattle and Hum , em homenagem a imortal Billie.

Letra de Strange Fruit:

The Southern trees bear a strange fruit
Blood on the leaves, and blood at the roots
Black bodies swinging in the Southern breeze
Strange fruit hanging from the poplar trees

Pastoral scene of the 'Gallant South'
The bulging eyes and the twisted mouth
Scent of magnolia, sweet and fresh
Then the sudden smell of burning flesh

Here is a fruit for the crows to pluck
For the rain to gather, for the wind to suck
For the sun to rot, for the tree to drop
Here is a strange and bitter crop...



Billie Holiday - Strange Fruit (Não apta a pessoas sensíveis)



Alguns links para ouvir:



Billie Holiday - Autumn in New York
Ella Fitzgerald - Georgia on My Mind
Ella Fitzgerald - Blue moon
Louis Armstrong - What a Wonderful World
Louis Armstrong - When the saints go marching in
Ella Fitzgerald & Louis Armstrong - Summertime
Louis Armstrong - La vie en rose
Nat King Cole - Quizás Quizás Quizás
Nat King Cole - Mona Lisa
Duke Ellington - Satin Doll
Duke Ellington - C Jam Blues (1942)
Bessie Smith - The Empress of the Blues
Bessie Smith - St.Louis Blues
Cab Calloway - St. James Infirmary
Cab Calloway - Cab Calloway's Hi-De-Ho (1934)

John Mayall, o pai do blues branco

È com grande prazer que escrevo sobre Mayall, por tudo que ele significou para o blues, apresentando ao mundo jovens músicos que mais tarde se consagrariam entre a elite musical.

John Mayall nasce em 1933 na pequena cidade de Macclesfield , perto de Manchester, Inglaterra. Jovem com grande inquietação musical parte para Londres em busca de novos horizontes. Lá formaria sua primeira banda, The Powerhouse Four, e posteriormente a famosa The Bluesbreakers.

Falar da formação desta banda e falar sobre a historia do blues britânico, ela foi a base sobre a qual muitas outras grandes bandas surgiriam.

Em 1965 Eric Clapton purista do blues e descontente com o rumo mais “comercial” e pop tomado por sua banda, Yardbirds , decide abandonar a banda e aceita convite de Mayall para fazer parte dos Bluesbreakers. Com eles gravaria o disco John Mayall’s Bluesbreakers with Eric Clapton, que se tornaria peça antológica do blues e colocaria a Clapton no olimpo musical.Podia se ver graffitis espalhados por toda Londres onde se lia a celebre frase “Eric Clapton é Deus”.

Mas Eric Clapton , é logo seduzido pelos novos ventos que sopram no mundo musical da época e aceita o convite do baterista Ginger Baker de particpar junto a Jack Bruce de uma nova banda que se chamaria Cream.

Foi um golpe para os Bluesbreakers, porém Mayall não pareceu se abalar e partiu em busca de outro guitarrista.Logo encontraria o que buscava, um guitarrista excepcional que em nada desmerecia seu predecessor. Foi assim a entrada de Peter Green, com o qual gravariam outro álbum antológico, A Hard Road.

Se Mayall tinha a facilidade de encontrar grandes músicos para sua banda , não se poderia dizer o mesmo na hora de retê-los, assim Peter Green partiria para formar uma nova banda, os Fleetwood Mac.
Voltando a estaca zero, Mayall procura novamente, e com seu faro aguçado para grandes talentos logo se depara com outro jovem guitarrista chamado Mick Taylor.Com ele gravaria três grandes álbuns , Crusade, Bare Wires e Blues From Laurel Canyon, até que Taylor partisse para formar parte dos Rollig Stones.

Foi a gota d´agua, com a perda de Taylor , Mayall parte para os Estados Unidos e sua musica toma um novo rumo, começa a trabalhar com músicos convidados e faz experimentos com músicos de Jazz fazendo um blues fussion que para muitos são seus melhores trabalhos.São dessa época, Empty Rooms ,USA Union, e para mim o melhor de todos, a obra prima Turnig Point.

Nos anos posteriores Mayall faria trabalhos com músicos diversos, experimentando todos os tipos de sonoridades, sempre com o bom gosto que o caracterizava.

Aos 75 anos continua na ativa, e um momento brilhante e comovente de sua carreira foi a homenagem aos seus 70 ano. Neste show no Liverpool Kings Dock, participaram antigos integrantes e músicos que passaram pela banda, nomes como Eric Clapton, Mick Taylor e Chris Barber.



John Mayall - Roxanne (incompleta)
So hard to share - John Mayall (genial)
John Mayall - Room to move (live)

Peter Green and John Mayall
John Mayall & The Bluesbreakers in Hungary Pilisszántó 2007
John Mayall Bluesbreakers with Eric Clapton - Hideaway
John Mayall - Turning Point




14 de outubro de 2008

Camel

Algumas bandas antigas não resistem a passagem do tempo, outras se mantém frescas como no momento em que os trabalhos foram prensados no vinyl. È o caso de Pink Floyd, que arrecada novos seguidores a cada geração. O mesmo pode se dizer de Camel, apesar de seu trabalho não ser tão conhecido e divulgado.

Em 1964 os dois irmãos Andrew e Ian Latimer se juntaram a seus amigos Alan Butcher e Richard Over para formar The Phantom Four e em 1969 com nova formação surge The Brew .Somente em 1971 surgiria Camel com formação definitiva, Peter Bardens no teclado, Doug Ferguson baixo, Andy Ward bateria e percussão e Andrew Latimer guitarra e vocal.

Sua musica, com fortes influencias de jazz, blues, funk e clássica, era apenas instrumental, porém ao fecharem contrato com a MCA RECORDS em 1972, o produtor pediu que incluíssem um vocal. Depois de varias audiências para selecionar o vocalista chegaram a um impasse e decidiram fazerem a escolha entre eles mesmos. Esta recairia em Latimer e Bardens, sem ser grande vocalista confere o seu toque singular, e olhando retrospectivamente não poderia ser de outra forma.

Com algumas alterações na formação original continuariam a fazer apresentações até tempos recentes, não sem pagar o seu tributo ao tempo com a morte de componentes e doençar graves como a de Latimer.

Aqueles que desejem se aprofundar mais sobre esta banda vão encontrar com certeza matérias mais detalhadas na net.Um show aparte são as capas de seus álbuns que infelizmente não vou poder colocar aqui.

Camel - Snow Goose Excerpts

Camel - Lies - 1984 - Live

Camel - Never Let Go

Camel - Ice

Camel - Dunkirk - Live - 1997