11 de outubro de 2008

Rory Gallagher , da gloria ao esquecimento



Rory era um musico brilhante, com certa tendência ao protagonismo, motivo talvez que o levou a recusar uma oferta para substituir Brian Jones dos Rolling Stones. Brilhou como uma supernova, se extinguiu e caiu no esquecimento.
Nasce no dia 2 de março de 1949 na pequena cidade de Ballyshannon do condado de Donegal, Irlanda do norte. De pequeno ouvia blues e Folk. E logo ficaria fascinado pelo rock e o skiffle.
De skiffle seria também sua primeira banda ao 11 anos de idade. Este estilo que fez sucesso nos anos 50 era um folk com fortes influencias de blues e jazz. Seus instrumentos eram a guitarra acustica e o banjo e outros improvisados, como tabua de lavar roupa, pentes, garrafas, tudo o que pudesse ser usado para fazer um som. Uma banda conhecida de skiffe eram os The Quarry Men, mais tarde se tornariam conhecidos comoThe Beatles. Ou The Barber-Coyler Skyffle Band, da qual fez parte Mike Jager dos Rollig Stones.

Aos 12 anos ganhou sua primeira guitarra elétrica e aos 15 formaria sua primeira banda à serio, Fontana Show Band, que passaria a se chamar mais tarde The impact. Com ela começaria a fazer turnes profissionais pela Europa. É nesta época que compraria sua inseparável Fender Stratocaster de 1961.

Em 1966, aos 18 anos formaria o The Taste, com Eric Kitteringham, no baixo e Norman Damery na batería. Gravando no ano seguinte seu primeiro LP.Fazem excursões com John Mayall e Blind Faith. Ja são um sucesso nas ilhas britanicas, porém após o festival da ilha de Whigth o grupo se separa , motivado em grande parte pelo excessivo protagonismo de Rory.
Rory era um musico excepcional, multi instrumentista , tocava guitarras acústica e eletrifica, baixo, percussão , mandolina, sitar ,armónica e, pasmem, sax, como pode ser visto no álbum Live Taste.

Rory era profundamente apaixonado pelo folk e blues, um guitarrista com um estilo forte e contundente que deixaria sua marca influenciando gerações posteriores. Em 1971 e 72 seria eleito o melhor guitarrista pela prestigiosa revista Melody Maker, superando inclusive o astro da época Eric Clapton.

Não vou fazer aqui uma biografia detalhada de sua vida e trabalhos,a sites especializados para isso, só uma pincelada rápida de quem foi este artista hoje quase esquecido e deixar alguns links para que possam ouvir, descobrir ou recordar o genial guitarrista.

Rory Gallagher morre em 14 de junho de 1995 a conseqüência de um transplante de fígado.
A supernova cresce, se infla ao limite e explode em um banho de luz e desaparece, porém de seus restos outras estrelas se formarão.


Genial, mil vezes genial, merece um destaque e alguns videos
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Rory Gallagher - Off The Handle


Rory Gallagher - Cradle Rock

Rory Gallagher, Jack Bruce - Politican

Rory Gallagher - Calling Card

Rory Gallagher - I Wonder Who

Rory Gallagher, Walk On Hot Coals, Live On The Whistle Test

Rory Gallagher - Tattoo'd Lady

Rory Gallagher - Do You Read Me

Rory Gallagher - Bankers Blues

Rory Gallagher - Bullfrog Blues

Rory Gallagher - Mississippi Sheiks

Rory Gallagher - slow blues "It's The Same Thing"

Rory Gallagher - Hands Off (live)

9 de outubro de 2008

STANLEY JORDAN - A Evolução do Tapping


Artigo originalmente escrito por Ben Ami Scopinho para o site Whiplash, gentilmente cedido por Bem Ami para publicação neste blog.

Ben Ami Scopinho

“Ops!?! Peraí!!! O que um guitarrista mundialmente conhecido por tocar jazz e pop como Stanley Jordan está fazendo num site de rock como o Whiplash!?!?”

Ok... Esta é a provável e compreensível pergunta que muitos leitores farão e até concordo em parte que não tem muito a ver. Porém, o fato relevante é que este músico negro norte-americano vem causando espanto há mais de 20 anos pela sua maneira apurada e bastante pessoal de tocar guitarra, com as duas mãos no braço do instrumento. As técnicas que Stanley Jordan utiliza são chamadas “tapping”, “hammer-on” e “pull-off”, e foi fazendo uso destas mesmas técnicas que Eddie Van Halen, tocando com velocidade e precisão, se consagrou como um dos guitarristas modernos mais influentes do mundo.

E como a guitarra é o carro-chefe do rock´n´roll e heavy metal, vale a pena conhecer um pouco mais sobre Stanley Jordan. Quem sabe daqui a algum tempo não aparece um guitarrista que se torne famoso no mundo do rock´n´roll por seguir o estilo de Jordan em algumas passagens de suas composições?
A técnica deste guitarrista norte-americano o tornou conhecido pelo fato de permitir que ele toque sua guitarra de uma forma parecida com o piano, realizando ao mesmo tempo o solo e o acompanhamento da música. Esta técnica é uma espécie de evolução do “tapping” (em português, algo como “tamborilar”): ao invés de segurar as cordas com uma das mãos no braço do instrumento e tocá-las com a outra, geralmente mais próxima da ponte como os guitarristas convencionais, Jordan bate com os dedos nas casas, extraindo o som e selecionando as notas com o mesmo movimento.

Sendo assim, ele consegue tocar duas linhas melódicas independentes na guitarra ou, se for o caso, em duas guitarras ao mesmo tempo. A harmonia, os baixos e a melodia de uma canção chegam aos nossos ouvidos simultaneamente, tocados por apenas um músico.

Na realidade, esta técnica estava por aí há tempos, executadas por músicos como o já citado Edward Van Halen, além de Jimmy Webster, Lenny Breau e Emmet Chapman. Mas muitos consideram que foi Stanley Jordan quem a desenvolveu de maneira independente e elevando esta arte a um nível sem precedentes, expressando assim sua visão musical de maneira um tanto original e sendo considerado hoje como o primeiro “Toque Virtuoso”.

Stanley Jordan nasceu em Chicago em 1959 e seu primeiro instrumento foi justamente o piano. Mas aos 11 anos pegou uma guitarra e foi uma paixão tão grande que não a largou mais. Passou alguns bons anos estudando e aperfeiçoando esta técnica particular até se mudar para Nova York na virada da década de 70 para a de 80 e, mesmo tendo ganhado uma bolsa para estudar na universidade de Princeton, optou por ser um músico de rua, tocando ainda na Filadélfia ou nas cidades do meio-oeste e sul dos EUA.

É claro que tanto talento obviamente não passou muito tempo na obscuridade. Seu nome corria de boca em boca no meio artístico e logo a seguir passou a tocar com os jazzistas Benny Carter e Dizzy Gillespie, e em 1982 lançou seu primeiro disco de forma independente. Mas Jordan passou a ser realmente conhecido a partir de 1985 com o lançamento de “Magic Touch”, seu primeiro registro pela Blue Note, um dos nomes mais célebres em se tratando de gravadoras de jazz. Este “Magic Touch” causou tanto impacto que ficou por 51 semanas nas paradas da Billboard.

Daí em diante, discos como “Flying Home”, “Cornucopia”, “Stolen Moments” e “Bolero” - sempre misturando o jazz com o pop - não deixavam nenhuma dúvida que o guitarrista estava em pleno crescimento musical, explícitas em composições que exalam paixão, sensibilidade e humor, nunca permitindo que sua famosa técnica oprimisse a música.

Digna é a atitude verdadeiramente artística de Stanley Jordan que, apesar de ter sido introduzido e reconhecido no mercado mundial como músico de jazz, vem procurando outros rumos para sua música e se afastando desde os anos 90 do universo dos produtores, negócios milionários e empresariais, acabando por abandonar Nova York e se retirar para as montanhas do Arizona.

Um ponto importante na vida deste músico foi uma dor em seu pé, que o fez ter contato com a medicina alternativa. “Eu comecei a ver uma conexão entre a paralisia em meu pé e a paralisia em minha música. Em ambos os casos, eu estava forçando muito, apressando muito, tentando fazer tudo ao mesmo tempo. Eu tive que aprender ser mais paciente e realizar algumas coisas em seu devido momento, como tocar uma canção no tempo correto. Se você o apressar você destrói a música”, pondera Stanley Jordan.

A forte impressão que teve com a prática deste tipo de medicina e suas opções de prevenção e cura culminaram na decisão de se matricular na universidade do estado do Arizona, onde está estudando terapia musical e trabalhando com doentes terminais, isso até mesmo nos hospitais dos países por onde excursiona.
Em 1986 Jordan veio pela primeira vez ao Brasil para tocar no Free Jazz Festival e, a partir daí, sua presença em território verde-amarelo vem se tornando freqüente. Tanto que em sua última estada por aqui no mês passado (outubro/2005), gravou num estúdio carioca e com músicos brasileiros vários clássicos da bossa nova, como “Corcovado”, “Brigas nunca mais”, “Wave” e “Insensatez”, todas de Tom Jobim, além de “Partido Alto”, do Azymuth. O objetivo destas gravações é apresentá-las à gravadora Blue Note e servir de base para o novo CD do músico, com previsão de lançamento para 2006.

A paixão pela arte é clara, independente do caminho que este músico venha a trilhar. Sua ruptura nos anos 90 com a indústria da música, seus estudos da bossa nova, música hindu e até mesmo suas influências do Tai Chi Chuan ao exercitar sua técnica, mostram que Stanley Jordan quer apresentar sua música não apenas como entretenimento, mas também como fonte de inspiração e de saúde. E isso são bons exemplos a serem seguidos.




Stanley Jordan plays "Stairway to Heaven"

Stanley Jordan plays "Autumn Leaves"

Stanley Jordan plays "Willow Weep for Me"

Stanley Jordan plays "Eleanor Rigby"

Stanley Jordan plays "Flying Home"


Stanley Jordan - The Sound of Silence